Lidar com a legislação tributária brasileira é um assunto tão complexo que só de mencionar isso muitos empreendedores ficam desconfortáveis. Enquadramento tributário, alíquotas, impostos, balancetes, emissão de guias, pagamento de tributos, notas fiscais, registros, taxas… justamente pela complexidade e relevância, o departamento de contabilidade ganha destaque em um negócio.

Não é por acaso que muitos gestores preferem terceirizar a contabilidade da companhia. Essa decisão é muito acertada e culmina em benefícios para o empresário. Contudo, para que de fato exista ganho e tranquilidade para a organização, é fundamental que a empresa de contabilidade responsável por cuidar da gestão tributária e fiscal possua uma série de competências.

Assim como em qualquer nicho de mercado, há as empresas éticas e comprometidas enquanto existem aquelas menos preparadas e que agem de má fé.

Muitos gestores não conseguem perceber essa diferença por serem leigos no assunto — motivo inclusive que os leva a procurar uma empresa especializada — porém, é importante se atentar a algumas práticas que contadores despreparados cometem e, consequentemente, prejudicam a empresa cliente.

Confira, a seguir, os principais erros que contadores cometem e que você deveria saber!

Neste ano, uma série de alterações impactaram e impactarão as questões contábeis da empresa. De forma resumida, começou a valer as novas regras do Simples Nacional, teve a implantação do e-Social, mudanças no ISS, propostas de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins, também há uma nova lei que obriga empresas que receberem valores em espécie superior a R$ 30 mil a declarar a transação à Receita Federal e, claro, impactos diretos e indiretos referentes a nova Lei Trabalhista.

Esses são, apenas, alguns exemplos que aconteceram em um intervalo de, aproximadamente, um ano. Agora imagina o que teve de diferente na última década? E, claro, o que ainda está para mudar? Será que o contador responsável pela contabilidade da sua empresa está a par de todas essas mudanças e, principalmente, está se especializando constantemente para não deixar passar nada?

Essa falha pode acontecer em decorrência de uma série de fatores, dentre eles a falta de conhecimento, sobrecarga de trabalho, desatenção, pressão interna para entregar demonstrativos, etc. Independentemente do motivo, não respeitar os princípios básicos que regem a contabilidade é uma falha gravíssima, pois, denota amadorismo e falta de credibilidade.

Quando algo nesse sentido acontece, por exemplo violar o princípio da prudência, o empresário acaba tendo uma noção errônea do balanço patrimonial. Ou seja, administra o próprio negócio baseado em informações divergentes e que, por consequência, podem comprometer seriamente todo o planejamento estratégico da companhia. Além, é claro, de ficar passivo de sanções.

A contabilidade não se limita a realização de tarefas operacionais, como preencher guias, calcular impostos e emitir relatórios à Receita. O profissional que vende, apenas, esse serviço ao gestor está limitando o cliente de informações e parceria. Mais do que apurar valores, o contador é responsável pela saúde financeira da empresa. Muitos ficam apáticos a isso e não repassam informações necessárias para o empreendimento, deixando o gestor se endividar, perder espaço de mercado e oportunidades de investimentos.

Outro caso muito comum é a falta de formação de um capital de reservas. Um contador, que não é comprometido com a empresa, se limita a emitir pagamentos e honrar os tributos, porém, esquece de orientar o gestor quando a necessidade de se resguardar para futuras emergências. Nesses casos, o empresário está em dia com todas as obrigações, mas, por falta de orientação do contador, não tem uma poupança devidamente estruturada.

Nosso país é conhecido por ter uma enorme carga tributária e onerar pesadamente os empresários. Praticamente tudo o que uma empresa faz deve ser documentado, validado e calculado os devidos impostos. Receber uma mercadoria, fabricar um produto, pagar um fornecedor, trocar uma lâmpada, contratar e demitir funcionários, vender uma mercadoria, prestar um serviço, fazer frete, etc.

Além disso, há as obrigações anuais, como a Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica. Para que não exista falhas ou divergências no processamento de todas essas obrigações, o contador precisa de muita atenção, experiência, conhecimento e ferramentas modernas de gestão. Muitos gestores acabam não percebendo, mas perdem muito dinheiro com erros da contabilidade, como multas por não enviar documentos na data certa, pagar mais imposto, digitar valores errados, entre outros.

Muitas vezes, por comodismo, inércia, ou, até mesmo por limitações profissionais, os escritórios de contabilidade atendem todos os clientes como se fossem a mesma empresa. Isso não se limita a interação, mas a maneira como é feita a tributação. O que é representa um problema sério para os gestores. Afinal, no campo tributário, as necessidades de um MEI são muito distintas de uma indústria, por exemplo.

Cada segmento, natureza de negócio, tipo de produto, faturamento, entre outros, faz com que a empresa se enquadre em diferentes regimes e tenha obrigações distintas. Portanto, quando o contador é generalista e não pensa nessas peculiaridades o empresário está perdendo competitividade, pagando mais imposto do que deveria, deixando de se beneficiar de isenções e programas do governo e ficando passivo até mesmo de ter que arcar com multas por operar fora do recomendado.

O relacionamento B2B deve sempre ser pautado na confiança e credibilidade. Quando um gestor terceiriza uma determinada função ele precisa buscar uma empresa que partilhe do mesmo interesse e contribua para o crescimento da companhia. Essa visão é potencializada quando se trata de departamentos-chaves para o negócio, como é o caso da contabilidade. Portanto, é fundamental avaliar o relacionamento com o contador, a fim de que esse seja um parceiro de sucesso e não uma trava para a competitividade.

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